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Encontro nacional debate papel de mulheres negras na sociedade

Com uma programação recheada de manifestações culturais afro-brasileiras e debates focados no cenário político, o I Encontro Nacional de Mulheres Negras: Partilha de Poder inicia nesta sexta-feira (25), às 17h, e segue até domingo (27). O evento acontece no Hotel Canto do Sol, em Vitória. Participam do encontro cerca de 100 lideranças negras de todo o país com o intuito de discutir as condições socioeconômicas deste grupo de mulheres no Brasil. A atividade é organizada pelo movimento União de Negros Pela Igualdade (Unegro) em parceria com o Governo do Estado e com a Gerência de Políticas de Promoção e Igualdade Racial (Geppir), vinculada à Secretaria Municipal de Cidadania e Trabalho de Cariacica (Semcit). Segundo a gerente da Geppir, Adriana Silva, as palestras irão fomentar discussões, análises, trocas de experiências e reflexões. “Serão debatidas as problemáticas nas áreas de saúde, trabalho, educação e cultura, sempre com enfoque nas mulheres negras conforme sugerido pela temática do evento. No final, será formulada uma carta com as reivindicações dessas mulheres para ser encaminhada às secretarias de Políticas para as Mulheres (SPM) e de Política de Promoção de Igualdade Racial (SPPIR)m, ambas do Governo Federal. O intuito é dar visibilidade às questões levantadas durante o encontro”, explicou. Mulher e mestre de congo Na ocasião, haverá uma homenagem à única mulher negra mestra de congo do município de Cariacica, Maria da Penha Teixeira Martins, a Darinha, 60 anos, por suas lutas e por sua dedicação à cultura afro-brasileira e africana. Moradora do bairro Boa Vista, ela conheceu o congo aos 8 anos e, há mais de três décadas, é mestra da banda Unidos de Boa Vista. A manisfestação artística faz parte da família de Darinha. É uma herança que passa de geração em geração. "Conheci a tradição na época que os congueiros iam de casa em casa tocar o congo na companhia dos mascarados. Uma festa bonita e diferente do carnaval de congo que acontece em Roda D'Água. Na época, o meu tio Erminio Rodrigues era o mestre. Eu gostava e achava bonito tocar. Então pedi a ele para me ensinar a apitar e a usar o chocalho. Após a sua morte, eu assumi a função de mestre", relembrou Darinha. Para ela, a homenagem é motivo de alegria pois nunca teve o reconhecimento de ser a única mulher a comandar o congo. "Já fizeram tantas homenagens mas nunca referente à minha atuação como mestre. Depois que passei a ser, algumas pessoas esqueceram da gente. Estou contente e satisfeita pela homenagem e não tenho vergonha de cantar", revelou. A solenidade irá contar com a participação do prefeito Geraldo Luzia Júnior. Também será lançada a Marcha das 100 Mil Mulheres Negras, que será realizada em 2015, em Brasília. No sábado, acontece a noite cultural no Museu Capixaba do Negro (Mucane), em Vitória, com as apresentações artísticas dos grupos afros, como  hip hop, roda de samba e comidas típicas. História Por conta da situação do racismo e discriminação enfrentada pela população afro-descente, um grupo de mulheres negras sentiu a necessidade de construir uma identidade global com uma articulação que permitisse uma maior visibilidade desta situação. Para isso, essas mulheres internacionalizaram o debate e criaram o movimento das mulheres afro-latinas e caribenhas. A partir desta articulação, em 1992, em Santo Domingo, na República Dominicana, realizou-se o 1º Encontro de Mulheres Afro-latino-americanas e afro-caribenhas, no qual definiu o dia 25 de julho como o Dia da Mulher Afro-latino-americana e Caribenha. Atualmente, a data é marcada pela celebração e reivindicação de novas perspectivas feministas. Programação Sexta-feira (25) 17h: abertura 19h: conferência Mais Democracia e Avanços Sociais: Mulheres Negras Compartilhando o Poder. Palestrante:  Ângela Maria de Lima Nascimento e Claudia Vitalino 21h: atividade cultural Sábado (26) 8h30: palestra "Rompendo o Estereótipos e a Invisibilidade das Mulheres Negras na Educação, Cultura e Comunicação". Palestrantes: Heloisa Ivone da Silva Carvalho e Marineuza Mendeiros 9h30: palestra "Mais Desenvolvimento e Igualdade: Mulheres Negras e o Desafio no Mundo do Trabalho". Palestrantes: Mônica Custódio e Beatriz Matté Gregory 10h30: intervalo 11h: palestra "Mulheres Negras Por Uma Vida Sem Violência e Intolerância". Palestrantes: Mãe Nilsia dos Santos e Leonor Franco Araújo 12h: almoço 14h: palestra "Superando o Racismo Institucional: Mulheres Negras e os Desafios da Saúde". Palestrantes: Ubiraci Matilde e Dr.ª Henriqueta Sacramento 15h: grupos de trabalho 16h30: intervalo para o café 17h: retorno aos grupos de trabalho 19h: jantar 20h30:  Noite Cultural no Museu Capixaba do Negro (Mucane) Domingo (27) 9h: aprovação da "Carta de Vitória" do I Encontro de Mulheres Negras: Partilha de Poder 10h: mesa de encerramento 13h: atividade cultural